Arquitectos dentro, crianças na rua!

Saiu hoje a notícia de que a Trienal de Arquitectura tem nova sede, no Palácio Sinel de Cordes. Que por acaso é onde funcionava a EB 1 Infanta D. Maria, que teve que sair desse edifício há 7 anos atrás por a Câmara Municipal de Lisboa ter dito que o edifício precisava de obras muito extensas. Afinal, a notícia agora é de que "o palácio não precisa de obras profundas", e, em vez de a Escola para lá voltar, entram os srs. arquitectos. A Escola continua a funcionar precariamente, e "temporariamente" há 7 anos, nas instalações da Junta de Freguesia de S. Vicente de Fora, onde divide dois pisos com a Junta, com um café-restaurante, com a piscina municipal de Alfama, e por onde o público em geral transita a todas as horas do dia. E não tem páteo para as crianças brincarem - o recreio faz-se no acesso público à piscina, na esplanada do café.

Nada nos move contra a Trienal de Arquitectura de Lisboa, que respeitamos e que provavelmente não tinha consciência deste assunto, mas muito nos move a favor dos nossos filhos.

Não entendemos porque é que o edifício esteve vazio sete anos por precisar de grandes obras, e porque é que que agora já não são necessárias (deve o edifício ter-se arranjado sozinho), e porque é que, nesse caso, são os senhores arquitectos a entrar, e não as crianças da Escola Infanta D Maria, que continuam, provisoriamente, em instalações precárias sem solução à vista. Se calhar, é por serem de Alfama, e não terem graus e títulos académicos. Afinal, são crianças da 1ª à 4ª classe, ainda não tiveram tempo para grandes estudos.

Claramente, para a Câmara Municipal de Lisboa estas crianças não parecem ter importância.

Há sete anos atrás não havia uma associação de pais. Agora há e está empenhada e é muito activa, e não vai deixar este assunto cair no esquecimento.

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